“Os heróis mais poderosos da Terra”. Essa frase, repetida algumas vezes durante o filme, é realmente a que sintetiza melhor a proposta de Vingadores: A Era de Ultron.
Já na cena inicial do filme, estão todos os vingadores conhecidos reunidos em um campo de batalha, lutando em perfeita sincronia, disparando combos de ataques em conjunto, contra (o que se acredita ser) a última instalação da H.I.D.R.A. Os vingadores estão atrás do cetro do Loki e acabam descobrindo que a H.I.D.R.A está fazendo experiências com humanos – fato ligado diretamente à série Agents of S.H.I.L.D – e dessas experiências, surgem Mercúrio e Feiticeira Escarlate (Pietro e Wanda, interpretados por Aaron Taylor-Johnson e Elizabeth Olsen). Uma saída interessante para não nomeá-los como mutantes, já que os direitos dos X-Men pertence à FOX.
Apesar da longa duração – 2 horas e 22 minutos – Vingadores: A Era de Ultron não é cansativo, pelo contrário, o humor é constante e muito bem intercalado com as cenas dramáticas e de ação (e quando digo ação, me refiro a cenas épicas, mirabolantes e dignas de HQs e Videogames). O filme é muito bem estruturado e a direção e montagem acertaram na dosagem de cada elemento.
(Feiticeira Escarlate em momento bad-ass)
Ao contrário de Vingadores 1, o alívio cômico e o protagonismo do filme não se concentra apenas em Tony Stark (Robert Downey Jr); há um certo equilíbrio entre os heróis, tanto em ação como em diálogos e importância para a equipe. Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e o Hulk (Mark Ruffalo) ganham mais espaço e seus personagens são mais trabalhados, assim como os novatos Mercúrio e Feiticeira Escarlate também têm seu espaço de desenvolvimento, além do novo herói Visão (que está impecável) e do vilão Ultron que rouba a cena em todas as suas aparições. É realmente incrível como o filme consegue dosar todos esses personagens sem diminuir a importância de cada um.
Ainda sobre o roteiro, Vingadores: A Era de Ultron é totalmente integrado ao Universo Marvel nos cinemas. São tantos detalhes cômicos e dramáticos que ligam esse filme aos outros já lançados pelo estúdio que fica difícil falar deles sem dar spoilers. A principal ligação está com o filme do Homem de Ferro 1, vez ou outra são retomados temas e consequências das escolas de Tony Stark, mas há também uma forte ligação, no final, com os filmes Guardiões da Galáxia e com Thor – o que nos leva a sensação estranha de que o filme ainda não acabou e que essa história continuará nos próximos filmes da Marvel.
(Thanos, o vilão dos vilões)
Único ponto fraco se dá em relação ao 3D. Parece que a Marvel ainda não encontrou alguém que entenda da tecnologia para aplicá-la melhor em seus filmes, assim como nos filmes do Capitão América, Thor e Homem de Ferro, o 3D é inexpressivo (ou inexistente). Em nenhum momento a profundidade de campo é explorada. Um conselho: se puder, não pague o ingresso mais caro.
Contudo, o filme é ótimo, muito divertido e atenderá às expectativas da maioria do público (haters gonna hate). Talvez não seja o filme mais impressionante da MARVEL, pois as expectativas estão altas demais, porém com certeza é o mais completo.
Cotação: Ótimo.