Vencedora do Emmy deste ano na categoria de melhor atriz em série dramática, Zendaya realmente se esforçou para incutir muito drama na sua personagem em Euphoria. A atriz participou neste domingo (6) de um painel da HBO na CCXP Worlds e contou que uma cena lhe exigiu muito choro e sofrimento ao longo de cerca de oito horas de gravação.
A cena em questão acontece no terceiro episódio da primeira temporada de Euphoria, em que a protagonista Rue tem mais uma recaída em seu vício em drogas e vai até a casa de seu traficante. Totalmente descontrolada e debilitada, ela bate nas janelas e chama por ele, que não a atende.
“Lembro aquele dia como se fosse ontem. Foi um dia muito longo, eu estava chorando lá durante sei lá quanto tempo, devem ter sido umas seis horas”, disse ela. O criador da série, Sam Levinson, a corrigiu: “Foram oito horas”.
“Foi um longo dia. Eu estava assuatada com aquela cena, mas também empolgada. No roteiro, [a cena era descrita como] um momento intenso, e eu queria fazer o melhor trabalho, mas era assustador. Eu não sabia se daria conta no dia. Não foi fácil, mas tive o apoio do Sam pra passar por isso e tive ótimas pessoas ao redor [no set]”, contou Zendaya.
A primeira temporada de Euphoria fez sucesso na HBO, e a segunda teve de ser adiada por conta das restrições e dificuldades provocadas pela pandemia de Covid-19. Ainda assim, Levinson decidiu colocar em prática a gravação de novas cenas de “intervalo” da série.
Estreia neste domingo na HBO um especial dividido em duas partes, dois episódios. Neles, Rue simplesmente conversa com Ali (Colman Domingo), seu padrinho nos Narcóticos Anônimos, numa véspera de Natal. Os dois falam sobre suas experiências com drogas, e Ali tenta ajudar a garota a passar por este momento difícil.
“É um especial que acontece entre as temporadas um e dois, e o tom é diferente, o clima é diferente. Eu tento não escrever diálogos, tento contar a história sem muitas palavras, mas esse é o oposto, é quase só palavras. Ele nos deu a oportunidade de entrar no coração e na alma dessa garota e olhar pra humanidade dela, para a natureza do vício”, disse Levinson.
“Ali esta ajudando Rue a pensar em como compensar [as pessoas a seu redor] por alguns dos erros que cometeu. Uma coisa de pessoas que lidam com vício é que, depois que ficam limpas, que estão no outro lado, pensam: ‘Como posso deixar esse mundo um pouco melhor?’. Ele tem arrependimentos, quer fazer a diferença e ajudá-la a parar de se debilitar. Em vez de evitar os problemas, confrontá-los”, explicou Sam, que também enfrentou dramas relacionados a vícios.