Até onde vai uma mãe revoltada?
O diretor inglês Martin McDonagh esteve nos EUA anos atrás quando se deparou com anúncios em outdoors de beira de estrada que denunciavam um crime não solucionado. A visão ficou na cabeça do cineasta por tempo suficiente para bolar a trama do longa.
Mildred Hayes (Frances McDormand) é a protagonista: desagradável, desbocada e avessa à autoridade, ela vive na fictícia cidade de Ebbing, no Missouri. Mas é, acima de tudo, uma mãe devastada pelo estupro e morte de sua filha e revoltada por a polícia local não dar a mínima para o caso.
Ela então decide agir: aluga três outdoors perto de sua casa, numa estrada pouco utilizada, em que cobra da polícia o que considera um descaso em relação à morte da filha. Não demora para a população e uma emissora de TV local ficarem sabendo do ocorrido e Mildred logo se vê com a cidade contra si, que toma partido do xerife interpretado por Woody Harrelson. O seu principal antagonista é o policial vivido por Sam Rockwell: racista, homofóbico e preguiçoso, que acredita que qualquer questão possa ser resolvida na base da violência.
O filme é incrível e Frances brilha em cena. Ela, que já conquistou o Oscar de melhor atriz por “Fargo”, é a alma e o coração do longa, que trata de um tema tão pesado. Todos os atores estão muito bem e é essa energia em cena que faz o filme funcionar. Impossível não se emocionar com essa saga, que teve 7 indicações ao Oscar 2018 e faturou 2 prêmios: melhor atriz (Frances) e melhor ator coadjuvante (Sam).
Cotação: Muito bom