Trama fantasma

Com uma história estranha e muita expectativa envolvida, ”Trama fantasma” tem grandes chances de ser o filme mais fraco na corrida do Oscar 2018. Nem mesmo Daniel Day-Lewis, ator britânico ganhador de 3 estatuetas, conhecido pelos ótimos ”Gangues de Nova York” e ”Lincoln” consegue salvar a trama.

No filme, Day-Lewis é Reynolds, um estilista cheio de manias e que veste damas da alta sociedade, debutantes e também princesas. Elaborando vestidos clássicos e de muito bom gosto, Reynolds está acostumado a mandar e a ter suas ordens sempre atendidas em seu atelier, onde comanda um grupo de costureiras e bordadeiras. Ao lado dele está sua fiel irmã Cyril (Lesley Manville), que trabalha na parte administrativa do negócio para que o irmão tenha liberdade para criar.

Um dia, Reynolds conhece a jovem Alma (Vicky Krieps, de ”O homem mais procurado”) e os dois começam a ter um caso. Alma, diferente das mulheres que o estilista conhece, não aceita ficar em segundo plano na vida do amado. Reynolds só tem olhos para suas musas, suas inspirações, seus tecidos, e deixa Alma presa numa situação desagradável. 

Mesmo Alma sendo uma personagem forte (a mais forte do filme, diga-se de passagem), a ”trama fantasma” realmente parece não ter vida. A primeira metade do filme se arrasta e não é possível compreender o que faz Reynolds agir de tal forma – embora muitos digam que Alma está ”pagando o preço por conviver com um gênio”. O personagem de Daniel Day-Lewis não liga pra ninguém e deixa isso bem claro em seus poucos relacionamentos – até com a irmã ele se irrita, e ela basicamente vive para atender seus caprichos. O diretor Paul Thomas Anderson, conhecido por ”Vício inerente”, ”Sangue negro” e clipes de bandas como Radiohead e HAIM não conseguiu dar a Day-Lewis uma despedida honesta no cinema, já que o ator pretende se aposentar para ficar mais com a família. Uma pena.

 

Cotação: Ruim