Priscilla

Cailee Spaeny, atriz novata que possui menos de 10 anos de carreira, brilha no papel-título e nos mostra a jornada de Priscilla Beaulieu, uma adolescente tímida de 14 anos que mora na Alemanha com os pais e um dia é convidada para uma festa na casa de Elvis Presley – que naquela época já era ”o” Elvis Presley, mas estava cumprindo obrigações militares na Alemanha e sentia falta de estar junto de americanos.

O filme é bem direto ao ponto e a diretora Sofia Coppola investiga as complexidades do relacionamento da protagonista com a estrela do rock’n’roll. Ao longo dos anos, Sofia evoca a dolorosa solidão e o isolamento vividos por mulheres que têm simultaneamente tudo e nada – ela era esposa de Elvis… o que mais faltava?

É muito interessante ver as nuances de Priscilla, que deixa a vida normal e a rotina diária da escola perdem todo o sentido quando conhece e experimenta a atenção de Elvis. Com ele, ela começa a se tornar adulta, aprender a beber, a fumar, e até viaja para os Estados Unidos para passar uma temporada com Graceland – tudo com o apoio dos pais, e Elvis promete que ela irá continuar na escola e terminar o ensino médio.

Os anos passam, eles se casam e Elvis vai se mostrando totalmente diferente do que era nos primeiros anos de relacionamento; ele começa a ter diversos casos e rejeita Priscilla após o nascimento da filha deles. Elvis é uma super estrela e para ele, mulheres privilegiadas não reclamam, e é isso que ele espera de Priscilla: que ela esteja sempre linda, arrumada, magra e sorridente.

A última cena do filme, com a protagonista saindo pelos portões da mansão dirigindo seu carro e passando no meio dos fotógrafos (sim, os paparazzis já existiam naquela época) mostra, enfim, a libertação da mulher que sofreu, amou e lutou pelo casamento com o Rei do Rock.

Cotação: Muito bom