O longa inaugura a terceira fase do universo cinematográfico da Marvel com o Capitão (Chris Evans) e o Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) em um confronto épico.
“Foi muito excitante fazer esse filme”, garantiu o diretor Anthony Russo em entrevista ao iG durante a Comic Con Experience, em São Paulo. O cineasta foi o escolhido pelos estúdios Marvel para apresentar ao público brasileiro o longa dirgido por ele e seu irmão Joe, que também fizeram “Capitão América 2: O Soldado Invernal”, em 2014.
O filme se passa dois anos após os eventos de “O Soldado Invernal” e mostra os Vingadores divididos por uma questão bem polêmica: a regulação do governo sobre a atuação do grupo. O Capitão América não gosta muito da ideia, enquanto Tony Stark acha que pode funcionar. “Não é fácil porque os dois são herois. Como você leva duas pessoas com o coração no lugar certo a lutar assim?”, explicou o diretor sobre a treta entre os dois.
O cineasta não quis contar quem ganhou a batalha, muito menos para quem ele estava torcendo, mas revelou uma coisa importante: se ele pudesse escolher um Vingador para vir ao Brasil, traria o Capitão América. “Ele precisa aprender a dançar”, afirmou.
Na entrevista abaixo, Anthony Russo fala sobre a produção de “Guerra Civil”, o jeito Marvel de fazer cinema e as dificuldades de trabalhar com um personagem tão querido: “Você não pode ficar intimidado pela paixão dos fãs.”
Como foi colocar o Capitão América e o Homem de Ferro em uma briga épica?
Anthony Russo: Para nós, foi muito excitante. Os dois são muito legais. Nós amamos boas histórias e dramas e tivemos que levar esses dois caras para um lugar extremo para que essa briga acontecesse. Não é fácil porque os dois são herois, são inteligentes, têm bons corações. Como você leva duas pessoas com o coração no lugar certo a lutar assim? Foi um grande desafio.
E para quem você está torcendo?
Anthony Russo: Isso não posso contar. Nosso objetivo sempre foi deixar a audiência dividida entre as duas equipes no fim do filme. Nós gostamos de histórias complicadas, é muito legal. Nós tivemos que ser bem balanceados para mostrar que os dois estão certos e os dois estão errados. É uma tragédia, mas o que você faz depois disso?
Como é trabalhar com uma franquia que não é só sua e ter que fazer seu filme ser influciado por trabalhos passados e influenciar trabalhos futuros?
Anthony Russo: Eu e meu irmão somos naturalmente colaborativos, gostamos do processo de trabalhar com pessoas, tiramos muita energia de colaborações. A Marvel faz questão de que cada filme seja uma coisa própria, mas que tenha conexões. É um balanço entre continuar conectado ao resto do universo Marvel, mas também surpreender o resto do universo Marvel. É um balanço interessante, nós gostamos, é bem divertido.
Vocês conversam com os diretores dos outros longas da Marvel?
Anthony Russo: Discutimos muito. Não fazemos reuniões regulares, mas discutimos muito, informalmente. Eu adoro o trabalho que eles fazem e eles estão muito interessados no trabalho que nós estamos fazendo. É legal trocar ideias criativas. Mas, no final, todo mundo está tentando fazer algo diferente, tentando falar com sua própria voz, e é importante que esses filmes sejam diferentes. Ninguém quer ficar vendo a mesma coisa repetidas vezes.
Como é trabalhar com um personagem tão querido quanto o Capitão América?
Anthony Russo: É um personagem maravilhoso. O que o Chris Evans traz ao personagem é incrível. A coisa é que você não pode ficar intimidado pela paixão dos fãs, isso tem que te inspirar. Mas reconhecemos que os fãs têm muitas opiniões diferentes, eles não falam em uma única voz. São gostos diferentes sobre quem o Capitão América é e como ele deveria ser. Eu e meu irmão, como fãs, sempre nos mantivemos fieis à ideia de fazer o Capitão América que nós amamos e queremos ver. Se fizermos bem, os fãs também vão gostar.
Você acha que os filmes de super-herois ainda são só para crianças?
Anthony Russo: Eu e meu irmão amamos filmes que falam para todos os públicos, é nosso tipo favorito de filme. Também existe um grande espectro, você não quer que todo filme da Marvel seja igual. Alguns têm um público mais jovem, como “Homem-Formiga”, um filme que amo, mas que falou mais com crianças. Já ‘O Soldado Invernal’ pegou os mais velhos. É legal que nem todos os filmes sejam iguais. Claro que você pode assistir a todos, mas dependendo de sua idade e gostos, você responde mais a alguns do que a outros.
De todos os Vingadores, qual você traria para o Brasil?
Anthony Russo: Eu traria o Capitão América, ele precisa aprender a dançar no Brasil.
“Capitão América: Guerra Civil” chega aos cinemas brasileiros em 28 de abril de 2016.