Hoje este estigma talvez tenha mudado, mas há alguns anos falar sobre Netflix era sinônimo de, pelo menos, citar o fenômeno Stranger Things. Isso muda nos dias atuais não pelo possível enfraquecimento da série, que teve 335 milhões de horas visualizadas na primeira semana da 4ª temporada, mas pelo surgimento de novas propriedades intelectuais.
O elenco da narrativa teen é tomado por estrelas. Ao lado de Millie Bobby Brown, Finn Wolfhard, Caleb McLaughlin, Sadie Sink e Gaten Matarazzo, o núcleo jovem conta com Noah Schnapp, intérprete do complexo Will. Foco da primeira temporada e responsável pela primeira ligação visível com os males do Mundo Invertido, o filho mais novo da família Byers sempre foi importante para a trama e, aparentemente, isso deve permanecer inalterado no 5º ano da produção.
Em entrevista à Variety, realizada antes da greve dos atores, o ator abordou questões importantes sobre sua própria identidade, além de dar alguns direcionamentos acerca da nova leva de episódios de Stranger Things. Inicialmente, Noah falou sobre a sua fase atual. Há poucos meses, o artista confirmou ter um importante paralelo com o seu personagem: assim como Will, o ator também é gay.
Ao veículo, ele contou um pouco sobre o momento de “sair do armário”. Tudo aconteceu em uma viagem de carro com os pais. Pouco depois de deixar a irmã gêmea na faculdade de Boston, ele publicou um vídeo em suas redes sociais (que acumulam mais de 31 milhões de seguidores) revelando ser parte da comunidade LGBTQIAP+. “Eu não queria ficar sentado esperando nervosamente para ver o que as pessoas iriam dizer”, Schnapp explica. “Eu só queria deixar isso de lado e ter confiança em quem eu sou e saber que não preciso mais me importar com o que as pessoas pensam.”
“Quando abri meu telefone no final do passeio de carro, havia mil mensagens de corações e parabéns e bandeiras de arco-íris”, disse Schnapp. “Eu estava chorando. Eu estava tipo, ‘Eu consegui. Terminei. Não preciso me preocupar.’” Anteriormente, Noah já tinha comentado que a confirmação de que Will era gay tinha o ajudado a se aceitar.
Seis meses depois, o ator consegue ver como tudo se desenrolou: “Depois que aceitei totalmente que Will era gay, foi apenas uma velocidade exponencial para aceitá-lo para mim”, explicou o ator. “Eu estaria em um lugar completamente diferente se não tivesse Will para me abraçar e me ajudar a me aceitar. Acho que se eu nunca tivesse interpretado esse personagem, provavelmente ainda estaria no armário”.