Independence Day – O Ressurgimento

2016, vinte anos após seres extraterrestres atacarem o nosso querido planeta – no fatídico 4 de Julho de 1996. Estamos vivendo um momento único no mundo. Todas as nações da Terra se uniram contra um inimigo comum, estudaram a tecnologia alienígena, adaptaram-se à ideia de que não estamos sozinhos e que, um dia, outros seres do espaço talvez tentem conquistar nosso precioso planeta.

É assim que somos apresentados ao mundo de Independence Day – O Ressurgimento. A raça humana deu grandes saltos tecnológicos, a ponto de conquistar a Lua e fazer dela o seu grande posto de vigia do planeta. Uma nova geração de pilotos de elite e um enorme exército são treinados especificamente para nos defender da grande ameaça dos aliens. Tudo parece perfeito para começar um grande filme de ação com batalhas épicas entre humanos e ets – afinal foram 20 anos de preparo construindo redes de satélite, armas de destruição em massa na Lua etc etc etc. 

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Vemos em todas as 2 horas de filme uma quantidade incontável de referências ao filme anterior, além de trazer quase todos os atores da obra de 1996 – o personagem de Will Smith não participa, mas é citado logo no início da trama. A verdade é que Independence Day – O Ressurgimento tinha tudo para ser inesquecível – assim como Mad Max revitalizou a franquia – mas acabou sendo só mais do mesmo pelo excesso de clichês e por apostar (mais uma vez) na fórmula: “inimigo invencível” + “destruição em massa” + “espírito americano” = “jovens que salvam o mundo”.

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O diretor Roland Emmerich fez sua carreira de cineasta com filmes nesse formato. Entre suas obras estão O Dia Depois de Amanhã, 2012, Godzilla (1998) e o próprio Independence Day (1996). Faltou à direção, e ao roteiro de Dean Devlin, conquistar o público novo. Apesar trazer uma ótima geração de atores para contracenar com o antigo elenco, estes acabam perdendo importância no decorrer da história – como é o caso das personagens de Liam Hemsworth (reduzido a alívio cômico e par romântico) e de Jessie Usher, que em todo o filme é dito como importante, mas que não acrescenta em nada à trama a não ser uma fraca menção ao papel de Will Smith no filme anterior.

O uso exagerado de clichês de filmes de destruição em massa, apelo ao amor patriótico, piadas e tiradas cômicas, em geral, sem muita graça – e até esteriótipos preconceituosos em relação à etnias e um toque de machismo – fazem de Independence Day – O Ressurgimento mais uma produção hollywoodiana comum, sem proposta para reflexão ou até envolvimento emocional mais profundo com a história ou personagens.

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Independence Day – O Ressurgimento é tecnicamente impecável – tive a oportunidade de assistir na sala XPlus do UCI, com uma tecnologia nova de som chamada Dolby Atmos que utiliza mais de 50 caixas de som dando uma sensação de imersão impressionante. O 3D do filme não é tão expressivo, mas mantém o expectador dentro da imersão das batalhas no espaço e faz valer o ingresso.

Meu conselho: se for assistir no cinema, escolha uma sala com um equipamento muito bom, pois assim, ao menos você terá uma experiência de imagem e som envolventes… não espere mais do que isso do filme.