Baseado no curta ”Eu não quero voltar sozinho”, o filme de Daniel Ribeiro chega aos cinemas em 10 de abril.
Na trama, Leo (o talentoso Ghilherme Lobo) é um adolescente cego que mora em São Paulo. Ele é amigo da esperta Giovana (Tess Amorim), que sempre o deixa em casa após a aula.
Os amigos tem uma relação de carinho e cumplicidade, mas tudo muda com a chegada de Gabriel (Fabio Audi), um menino que veio do interior e que irá despertar sentimentos nunca antes imaginados pelos dois.
Leo está buscando ter uma vida o mais normal possível: quer fazer intercâmbio, participar de um acampamento com os amigos da escola, andar sozinho na rua, mas é super protegido pelos pais, que acham que a cegueira do filho é uma grande barreira em sua vida.
Ao mesmo tempo que tenta crescer, passar pelos dilemas da adolescência, lidar com o ciúme de Giovana e sobreviver ao bullying diário na escola, Leo descobre que o que sente por Gabriel não é só admiração.
Daniel Ribeiro, que ganhou prêmios em Berlim no início de 2014, fez um filme doce e delicado. A temática gay está presente, porém, não é o fio condutor da trama. A descoberta da sexualidade é apenas uma das diversas pontas do roteiro, que é rico e conta com alguns tipos já conhecidos no cinema adolescente: a bonitinha que dá em cima de todo mundo; os meninos chatos da sala que só fazem besteira; o menino que bebe cerveja e dá vexame.
O elenco, enxuto, ajuda a criar empatia pelos personagens. O trio principal é carismático e funciona na tela. Sem ser pesado, ”Hoje eu quero voltar sozinho” é um filme necessário, interessante e fala sobre um sentimento universal: o amor.
Cotação: Muito bom
Ideal para: pessoas que assistiram ao curta; fãs do cinema nacional; pessoas que gostam de filmes de romance