Se utilizando de imagens feitas pelo diretor Roberto Berliner na década de 80, o documentário ”A Farra do Circo” leva o espectador a uma viagem no tempo.
Voltando diretamente ao ano ano de 1983, é possível ver uma turma que revolucionou a cena cultural carioca – o coletivo Asdrúbal Trouxe o Trombone, Chacal, o grupo Manhas e Manias, entre outros – no Circo Voador, na Lapa, comemorando o primeiro aniversário do espaço.
A partir daí, conhecemos as origens do grupo, que fez história no verão de 1982, quando o Circo foi montado no Arpoador, levando jovens a um lugar novo, único, livre e feliz. Além de ser uma ”incubadora” de artistas, o Circo também fornecia oficinas para crianças. Nas imagens, podemos ver uma jovem e radiante professora chamada Deborah Colker.
Muitos artistas que hoje são sucesso pelo Brasil se apresentaram no Circo. Entre eles, podemos destacar a banda Blitz, o cantor Lenine, o grupo Barão Vermelho (ainda com Cazuza), o cantor Eduardo Dusek, Lobão, o grupo Paralamas do Sucesso, o cantor Claudio Zoli, os já ilustres Martinho da Vila, Caetano e Gil, João Penca e Seus Miquinhos Amestrados e o falecido Tim Maia.
Também é possível ver a turma do Circo no México, na Copa de 86, quando o prefeito de Guadalajara deu uma polêmica entrevista, onde declarou que foi prometida a visita ”do cantor Roberto Carlos, mas só apareceram artistas desconhecidos”. Essa é uma das cenas mais divertidas do filme.
O documentário, que foi exibido no Festival do Rio em 2013, dura apenas 94 minutos, mas é lindo e emocionante, principalmente por retratar fielmente uma época que não volta mais. Com direção de Roberto Berliner (dos excelentes ”Julio Sumiu” e ”A pessoa é para o que nasce”) e Pedro Bronz (”Herbert de perto”), o filme tem cheiro e sensação de saudade.
Cotação: Muito bom