Crítica: “Rei Lear”

REI LEAR_Juca Oliveira 2 - DNG

 

Sem coroa, sem trono, sem ostentação: o ”Rei Lear” de Juca de Oliveira é puro, cru e muito, muito vivo.
Na trama, o ator interpreta Lear, o personagem principal, criado por Shakespeare em 1605, está com mais de 80 anos e resolve tomar uma decisão: deixará seu reino para suas três filhas – Goneril, Regan e Cordélia – e a filha que fizer o discurso mais amoroso, sincero e comovente, ganhará a maior parte das terras. Goneril e Regan são casadas; Cordélia é a mais nova, solteira e preferida do pai.
Porém, como irão descobrir as jovens mais tarde, ganhar as terras não vai ser tão fácil assim.

Vestido de preto e num cenário vazio, composto apenas por uma cadeira, Juca dá vida ao monólogo, interpretando todos os personagens (além do rei e das filhas, entram em cena o nobre Kent e o Bobo da corte) com maestria e sem errar o texto uma única vez. Seu rei se sente traído e indignado por ter sido deixado de lado pelas filhas, que o consideram um velho incapaz e ainda por cima tramam contra ele. Numa trama cheia de suspense, a peça é um deleite para amantes do teatro clássico.
A direção de Elias Andreato (”Meu Deus!”) é precisa e faz com que Juca tome conta do palco, emocionando a platéia mesmo recitando um texto difícil.  ”Rei Lear”, é sem dúvida, uma das melhores peças do ano.

 

 

Cotação: Muito bom