Uma das mais famosas agências artísticas de Hollywood cancelou sua tradicional noite pré-Oscar como forma de protesto contra o decreto migratório do presidente americano Donald Trump e decidiu fazer uma doação a associações de defesa dos direitos civis.
A United Talent Agency (UTA), que representa, entre outros, a cantora Mariah Carey, os diretores Ethan e Joel Coen e os atores Angelina Jolie, Edward Norton, Anthony Hopkins, Diane Lane, Ewan McGregor, Tilda Swinton, Benedict Cumberbatch, James McAvoy, Paul Rudd, Bryan Cranston, Patrick Dempsey, Mark Ruffalo, Chris Pratt e Harrison Ford organiza habitualmente um evento de gala anual na luxuosa residência de seu presidente, Jim Berkus, em Los Angeles.
Este ano, a UTA pretende organizar um evento contra a medida do presidente americano em Beverly Hills, sede da empresa, dois dias antes da cerimônia do Oscar, que está marcada para 26 de fevereiro. A agência também pretende doar US$ 250 mil para a American Civil Liberties Union (ACLU) e para o International Rescue Committee (IRC), uma organização de ajuda aos refugiados.
“É um momento que precisa de nossa generosidade, nossa atenção e nossa impaciência”, afirma o diretor geral da UTA, Jeremy Zimmer, em um memorando enviado aos funcionários da empresa, informou a revista Hollywood Reporter. “Nosso mundo é melhor graças às interações entre artistas, as trocas de ideias e a expressão criativa. Se nossa nação deixar de ser um lugar onde os artistas podem se expressar livremente, então acredito que deixaremos de ser os Estados Unidos”, completa o texto.
A empresa queria “expressar a preocupação da comunidade criativa ante o sentimento anti-imigração nos Estados Unidos”, escreve a revista Variety.
A decisão da UTA foi anunciada no momento em que um tribunal de apelações de San Francisco examina a ação do governo Trump que pede a retomada do decreto migratório do presidente, que proíbe por três meses a entrada no país de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, suspenso por um juiz federal de Seattle.
A UTA representa em particular o diretor iraniano Asghar Farhadi, que disputa pela segunda vez o Oscar de filme em língua estrangeira por “O Apartamento” e que já anunciou que não comparecerá à cerimônia de 26 de fevereiro em protesto pelo decreto que envolve seu país. Farhadi já venceu um Oscar de filme em língua estrangeira por “A Separação”.