Campus Party tem furto de laptops, câmeras e celulares

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Uma das marcas da Campus Party 2014, pelo menos até agora, está sendo a grande quantidade de furtos de equipamentos dos campuseiros, como laptops, câmeras fotográficas e celulares. A maioria dos furtos se concentrou na terça-feira, primeiro dia do espaço Startup & Makers, dedicado a empresas inovadoras, dentro da área aberta Open Campus. Nesse mesmo dia, faltou água e internet para as startups e luz em toda a Campus Party, o que deixou a área do Open Campus no escuro.

Alan Meira, diretor-executivo da startup Engarte, teve seu Mac roubado durante a queda de energia. “Estava conversando com outra pessoa e me preparando para ir embora. Tirei o meu computador da mesa e coloquei em outra para apoiar minha mochila e guardar”, conta. “A luz acabou e no intervalo em que eu virei para o outro lado, o notebook sumiu”, conta.

Por causa do furto, Alan passou boa parte do dia de ontem fora da Campus Party, procurando um computador barato para comprar na Rua Santa Ifigênia, tradicional centro de compras de equipamentos eletrônicos em São Paulo, para que tivesse como acessar a internet e mostrar sua empresa – uma rede social – no evento. O prejuízo calculado foi de R$ 5 mil, além de outros R$ 1 mil gastos com o novo computador. “Perdi a apresentação que tinha preparado para mostrar durante o meu pitch (apresentação rápida do negócio para investidores) e o meu planejamento estratégico”, diz. Mesmo assim, o rapaz se mostrou confiante para continuar a mostrar seus projetos e atividades na feira.

Já Ludmilla Veloso, co-fundadora de uma startup de Fortaleza, além do computador também teve sua carteira furtada, com documentos e cartão de crédito. “Virei indigente”, comentou ela, que disse não ter recebido apoio ou satisfações por parte da organização do evento. “Ninguém se ofereceu nem para saber se eu tinha como voltar para o hotel”. Por outro lado, ela disse que houve sentimento de solidariedade por parte dos colegas no espaço de Startup & Makers. Ludmilla contou ao Link que se sente desmotivada para continuar a apresentação de seus projetos na Campus Party.
Felipe Sanches, um dos responsáveis pela Metamáquina, pequena empresa paulistana que constrói e vende impressoras 3D, nem visitou seu próprio estande. “Meu sócio visitou o lugar e avaliou que seria melhor ficarmos no nosso escritório do que por lá.”
André Sionek, diretor executivo da startup Polytek também teve o seu Mac roubado no primeiro dia, junto com outros documentos que estavam dentro de uma mochila. “Logo que chegamos colocamos todas as mochilas no fundo do nosso espaço e cobrimos com uma lona enquanto organizávamos o local”, diz. Por causa da falta de internet na área das startups, o empreendedor diz que era intenso o movimento de pessoas e técnicos mexendo em cabos no chão do espaço. “Percebi que as pessoas da área técnica estavam mexendo muito nas coisas o tempo todo, assim como o pessoal que estava no estande da startup ao lado, porque todo mundo estava se organizando e tentando fazer a internet funcionar”, conta.
No momento em que foi pegar o computador para testar se a internet estava funcionando, Sionek percebeu que sua mochila havia sido furtada. Sua suspeita é que o furto tenha ocorrido em um dos momentos que a equipe técnica ou os outros expositores mexeram no espaço. Depois do primeiro dia do evento, a startup que dividia espaço com a Polytek não apareceu mais na Campus Party, o que levantou suspeitas. “Meu último backup foi há um mês, perdi todo o trabalho que havia preparado para a Campus Party e o vídeo que ia usar em uma campanha de crowdfunding”, conta.

Nem o estande do Sebrae, um dos parceiros da feira, foi poupado. Uma mochila com um notebook da instituição e a carteira de um dos funcionários foi roubada de dentro da sala fechada do espaço do Sebrae na terça-feira. “Até a chave do nosso carro estava dentro e tivemos que buscar a reserva. Depois disso colocaram seguranças no nosso estande e agora mantemos tudo fechado com chave”, diz o gestor de projetos de startups do Sebrae, Marcio Marques Brito.

Elikyel Pacífico, de apenas 11 anos, também foi furtado. Ele enfrentou 13 horas de viagem (ônibus e avião) de Crato, interior do Ceará, só para passar a semana na Campus Party, com a mãe e o padrasto. Erika Cristina conta que o filho levava seu celular no bolso na mochila enquanto visitava o estande onde aconteciam campeonatos de videogames, na Open Campus. Minutos depois, o celular havia sumido. “Ele só chora desde então, ele é muito emotivo. Mas o pior mesmo foi perder a agenda que ele havia feito do evento no celular antes de viajarmos”, diz a mãe do menino, que não teve mais notícias do seu aparelho.
 A organização da Campus Party informou por meio de nota que tomou conhecimento dos casos de furto na área Open Campus. “A organização reforçou a equipe de segurança para coibir estas ações. A Campus Party ainda reforça que os participantes da área de Startup & Makers Camps, campuseiros e visitantes são responsáveis pelos seus pertences.”

fonte: ESTADÃO

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