No longa, dirigido por Richard Linklater (”Escola de Rock”, ”Boyhood”), conhecemos Bernadette Fox (Cate Blanchett) e sua família, que reside em Seattle. Bernadette foi uma revolucionária arquiteta nos anos 80 e 90, e agora cuida da casa e da filha pré adolescente. Um dia, ela some sem deixar nenhuma pista um dia antes de uma viagem de família para a Antártica.
Sofrendo crises de ansiedade, Bernadette passa os dias na companhia de sua adorável filha Bee (Emma Wilson). Cheia de manias e muito impulsiva, suas ações são influenciadas por seus medos e paranoias. Ela toma remédios controlados e está tendo atritos com o marido Elgie (Billy Crudup), que trabalha na Microsoft. Bernadette também tem constantes brigas com sua vizinha riponga (Kristen Wiig), que quer melhorar a comunidade na qual moram.
Histriônica, ela acha que o inferno são os outros. É possível notar em cada gesto interpretado por Cate Blanchett que Bernadette Fox é uma mulher traumatizada e que passa por um processo de decomposição mental, tentando manter a sanidade a qualquer custo. Cate está excelente no papel da problemática protagonista e sua parceria com Emma, que interpreta sua filha, é incrível. Na segunda metade do filme Bee ganha destaque ao tentar entender o que levou a mãe a fugir. Ela se une ao pai para buscar essas respostas.
Em entrevista, Cate elogiou o roteiro e afirmou que ”muitas mulheres irão se identificar com Bernadette, uma mulher que foi devorada pelo fracasso e acabou abrindo mão de seus sonhos para se dedicar ao lar”. O drama cômico tem alma e é impossível não se identificar com algum dos personagens ali retratados. Humano e sensível, o filme baseado no livro de mesmo nome merece sua atenção.
Cotação: Muito bom