Marvel Studios' BLACK PANTHER T'Challa/Black Panther (Chadwick Boseman) Credit: Matt Kennedy/©Marvel Studios 2018

Pantera Negra: Wakanda para sempre

Após a morte trágica do super astro Chadwick Boseman (1976-2020), que era o protagonista e um dos pilares do Universo Cinematográfico da Marvel, houve muita dúvida se o universo de ”Pantera Negra” conseguiria sobreviver. Mas conseguiu.

Fica óbvio que a sombra de T’Challa é sentida em todos os momentos de Pantera Negra 2. Desde o minuto inicial, a perda do guardião de Wakanda e as consequências de sua ausência são explicadas e intensificadas, fazendo com que o luto seja o principal motor dos personagens na sequência.

A morte do herói não apenas afeta psicologicamente sua família e aliados, como também deixa o reino de Wakanda mais vulnerável do que nunca. Com a decisão de T’Challa de abrir as fronteiras e compartilhar o conhecimento sobre vibranium no primeiro longa, a rainha Ramonda (Angela Bassett) se vê num momento difícil, onde é obrigada a encarar as ambições das grandes potências mundiais que veem o país africano como uma ameaça bélica sem precedentes.

Com a recusa de Wakanda em ajudar, países como os Estados Unidos e a França iniciam uma caçada pelo planeta em busca de vibranium –que, no Universo Marvel, é o metal mais poderoso do mundo. Com ferramentas altamente tecnológicas, as autoridades começam a encontrar indícios de vibranium no fundo do mar, e é aí que o longa prepara o terreno para a chegada de um dos melhores vilões já apresentados no MCU.

É aí que começa o problema: como em Wakanda, país cujo avanço tecnológico só foi possível por causa do metal, o fundo do mar –que também é rico em vibranium– abriga a cidade perdida de Talocan, reino subaquático comandado por Namor (o mexicano Tenoch Huerta). Irritado com a insistência do povo “da superfície” em perfurar o solo das profundezas e decidido a não deixar que descubram seus segredos, o “imperador” do oceano resolve atacar os humanos e vai ao encontro de Ramona em busca de auxílio: caso os ajudem na guerra contra outros países, Wakanda será poupada.

A procura dos Estados Unidos por vibranium é o gatilho para justificar a introdução de Riri Williams (Dominique Thorne), universitária extremamente inteligente (e que será a protagonista da vindoura série ‘Coração de Ferro’). Ela entra na trama pois criou a máquina capaz de encontrar o metal e vira alvo máximo da CIA, de Namor, Shuri e Okoye (Danai Gurira).

Com Riri na mira de todos, Shuri faz de tudo para convencer Namor a não matar a jovem e iniciar uma guerra contra o resto do planeta. Bem construído, o vilão entrega motivações tão profundas e (na medida do possível) compreensíveis quanto Killmonger, tornando-o um dos melhores antagonistas da história do MCU.

Ali se iniciam os discursos sobre imperialismo e exploração, o rei de Talocan traz um forte contraponto à visão pacífica e racional buscada por Wakanda. Mesmo assim, o grande destaque vai as mulheres de Wakanda: Shuri, Ramonda, Okoye e Nakia sofrem e sua referência com a morte do rei e buscam energia em todas as partes de seu corpo para resistir aos ataques vindos de Talocan. Elas são fortes e guerreiras, trazendo boas atuações.

Mesmo com um final já esperado (nenhuma surpresa aqui, afinal, é um filme da Marvel), o filme encanta com uma trama linear e ótimos efeitos especiais – destaque para as cores da cidade de Talocan.

Cotação: Muito bom