É muito difícil enxergar Ferdia Shaw, de 16 anos, como protagonista de uma franquia multimilionária da Disney. Embora simpático, o ator não tem o carisma necessário para ser Artemis, personagem sagaz dos livros de Eoin Colfer, sucesso nos anos 2000.
A trama segue o jovem Artemis, menino prodígio do crime, que um dia precisa resolver o maior mistério de sua vida: seu pai sumiu e levou com ele informações preciosas sobre um artefato mágico que não pode cair nas mãos erradas. A história toda é narrada por um prisioneiro (o ator e comediante Josh Gad), que conta toda história desde o sumiço de Artemis Senior até o momento atual.
Para sair dessa situação, Artemis conta com a ajuda de uma fada, Holly Short, cujo pai conhecia o pai de Artemis e morreu tentando proteger o artefato. A trama é corrida e não conseguimos entender a real motivação dos personagens. Diversos personagens aparecem e somem com grande rapidez, sem que possamos ao menos saber seus nomes. Não há avanço na narrativa e o protagonista, interpretado por Ferdia, parece perdido no papel. Artemis deveria ser um gênio, inventor, dono de uma personalidade cativante, mas no longa parece apenas um menino rico e chato.
Ao longo de 94 minutos, ”Artemis Fowl” não convence. O filme cai no erro de tentar adaptar não somente um, mas os dois primeiros livros do personagem. Assim, a Disney nos conduz logo para uma batalha cheia de efeitos e criaturas mágicas, sem nenhuma profundidade. Depois de diversos atrasos, o filme acabou não sendo lançado nos cinemas e foi direto para o streaming. O longa tem a direção de Kenneth Branagh. Uma pena.
Cotação: Ruim