Numa era de pandemia e isolamento social, telas, tablets e smartphones viraram nossos melhores amigos, facilitando a comunicação (e ajudando a diminuir um pouco a saudade).
Pegando esse mote, o longa “Homens, mulheres e filhos”, de 2015, segue de perto os mais diversos personagens de uma pequena cidade dos Estados Unidos: a adolescente anoréxica que que participa de uma comunidade de garotas que trocam dicas online para vomitar de forma correta; a mãe neurótica que invade a privacidade da filha; o casal que, após os filhos crescerem, perdeu a intimidade; o garoto abandonado pela mãe que descobre que ela vai se casar de novo através do Facebook; entre outros.
Todas essas relações conturbadas acontecem no ambiente do high school local, por onde circulam os alunos, pais e funcionários. Misturando drama e realidade, o filme é linear e tem roteiro do próprio diretor Jason Reitman (”Juno”, ”Amor sem escalas”, ”O favorito” e filho do também diretor Ivan Reitman), baseado no livro homônimo de Chad Kultgen, que mostra o quanto ficamos cada vez mais vazios enquanto a humanidade vai progredindo na forma de se comunicar.
Direto, o filme explora muito bem uma dura realidade dos dias de hoje: o meio digital, que pode ajudar e ser um grande aliado do conhecimento, mas também se torna um grande vilão para as novas gerações, que lidam com medos, crises de depressão e ansiedade.
Com bom elenco jovem, com nomes como Ansel Elgort e Kaitlyn Dever, o grande destaque vai para o comediante Adam Sandler (”Gente grande”, ”Esposa de mentirinha”), que deixa as piadas de lado para viver um pai de família apagado e depressivo, em uma de suas melhores atuações. O filme está disponível na Netflix.
Cotação: Bom