O jovem ator Rafael Telles, de 21 anos, está em cartaz no musical ”O Despertar da Primavera”, consagrada montagem da dupla Moeller e Botelho (”A Noviça Rebelde”, ”Pippin”, ”Hair”, ”Beatles num céu de diamantes”).
O espetáculo é uma adaptação da versão da Broadway, um eletrizante musical de rock vencedor de oito prêmios Tony, o mais importante do teatro americano. Baseado na obra de 1891 do dramaturgo alemão Frank Wedekind, um dos precursores do movimento expressionista, o espetáculo aborda o universo de um grupo de adolescentes que vivenciam situações de descoberta pessoal, despertar sexual, aborto e opressão, entre outras questões.
Confira nossa entrevista exclusiva:
1. Rafael, primeiramente gostaria de saber como surgiu sua paixão pelas artes.
Grande parte da minha família é do meio artístico, alguns familiares de forma mais direta como minha vó, que é diretora e coreógrafa teatral, e outros que atuam na área de produção, como minha mãe e meu pai. Ou seja, a arte sempre foi presente na minha vida desde que nasci. Mas foi apenas em 2014 que uma oportunidade incrível de fazer uma peça caiu no meu colo e agarrei como se fosse um diamante. Desde ali eu sabia que era o que eu queria pra vida.
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2. E o papel em ”Despertar”? Foi através de testes? O que vc sentiu quando soube que seria o protagonista?
Sim, fiz a audição como todos e, quando descobri o resultado, eu literalmente caí no chão. Fiquei tonto de emoção. Foi tanto estudo e dedicação que na hora da notícia passaram flashs na minha cabeça de tudo que tinha feito pra chegar ali. Competi com pessoas super talentosas e poder hoje estar fazendo Melchior Gabor (o protagonista da peça) é o maior presente que eu poderia receber.
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3. O que você destaca de mais interessante em trabalhar com a dupla Moeller e Botelho? É fã deles?
Tem diversas qualidades assombrosas nessa dupla. Ambos são geniais, precisos, práticos e atenciosos em tudo que fazem. É realmente assustador pensar na velocidade que montamos essa peça tão complexa dramaturgicamente e musicalmente falando. Ser fã é pouco! Meu nível de gratidão por estar trabalhando com essa produtora tão organizada e carinhosa ultrapassa os limites das primaveras.
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4. Conte um pouco sobre sua preparação para esse papel.
Apesar de pouco tempo de ensaio para o que a peça é, deu tempo de sobra de me aprofundar, errar, errar muito, concertar e lapidar cada vez mais o trabalho.
Fora os ensaios, me enfiei em aulas de canto, fono, preparação vocal e corporal para que tudo desse o mais certo possível.
Rafael com Tabatha, sua companheira de cena (foto: Robert Schwenck)
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5. O relacionamento entre o elenco parece ser muito bom. Como você acha que esse clima nos bastidores foi criado?
Por ser uma peça que retrata especialmente dos jovens e suas relações, o elenco tem a mesma faixa de idade. Nos identificamos com nossos problemas pessoais, exaltamos sem medo nossas qualidades, brincamos de forma despudorada com nossos defeitos e tudo contribui para que a energia positiva tanto dentro quanto fora de cena se mantenha.
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6. A peça é jovem, toca em temas polêmicos e muito atuais. Em sua opinião, o que a peça representa nos dias de hoje?
Um grito de desabafo sobre todos esses assuntos. O próprio fato de ser uma peça de Rock com músicas que poderiam facilmente tocar nas rádios mundo afora faz com que esse grito seja potente e cheio de mensagens sendo expostas de forma a “exorcizar” problemas que infelizmente até hoje existem, como opressão, abuso e suicídio entre jovens.
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7. Para fechar: quem te inspira como músico, ator e apaixonado por cinema?
Diversos artistas são responsáveis pelo o que sou hoje! Grande parte do nosso trabalho vem através de inspirações. Escolher um é bastante complicado, então vou falar alguns que me inspiram diariamente: Frank Sinatra, Bruno Mars, Hugh Jackman e a minha própria vó, Regina Miranda.
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