Continuações, em sua maioria, são problemáticas. Seja por falta de empenho do diretor, dos problemas pessoais do protagonista ou apenas por falta de público: quando se trata de cinema, timing, muitas vezes, é mais importante do que o próprio projeto. Em ”A Garota na Teia de Aranha” isso fica bem claro.
No filme, baseado no livro de mesmo nome, Lisbeth Salander (Claire Foy, de ”The Crown”) continua a trabalhar como hacker e atua como um tipo de justiceira, fazendo os tipos mais grotescos sofrerem. Logo nas primeiras cenas do filme é possível ver a jovem armar um plano contra um executivo que batia na esposa. Ela começa a ganhar atenção da mídia e é perseguida pela polícia. Como se sua vida já não fosse ruim o suficiente, mais uma surpresa: Lisbeth precisa lidar com uma ameaça nuclear. Pois é.
Lisbeth precisa lutar contra uma ”gangue do mal” chamada ”Os Aranhas” (ótimo nome, aliás), e é aí que surge seu parceiro de outras épocas, o jornalista Mikael Blomkvist (Sverrir Gudnason, do ótimo ”Borg vs McEnroe). Os dois vão lutar contra a gangue, pilotar motos, sangrar e tentar sobreviver. Num dado momento, Lisbeth descobre que um fantasma de seu passado voltou para cobrar dívidas que nunca foram quitadas, e é aí que o filme se perde: com tons de ”James Bond”, o longa perde a essência muito rápido e faz rir – o que poderia ser pior que isso?
A continuação de ”The Girl with the Dragon Tattoo”, lançado em 2011, com direção de David Fincher (mestre em adaptar livros) e Daniel Craig no elenco, chega com muito atraso aos cinemas. Tentando ser tecnológico e moderninho, o filme tem o roteiro fraquíssimo, o que não ajuda – mesmo com todo o esforço de Claire Foy. Gudnason fica perdido na trama, o que é uma pena. O ator é talentoso e merecia mais espaço no filme. A direção é do uruguaio Fede Alvarez.
Cotação: Ruim