A desigualdade salarial entre homens e mulheres é um assunto que está sempre em pauta, e nos anos 70, não era diferente. Na época, a maior estrela do tênis era Billie Jean King (Emma Stone), uma norte americana que lutava pela igualdade no circuito e não aceitava que os prêmios de suas partidas valessem uma fração do preço pago aos homens. Amiga de Billie, a enérgica Gladys Heldman (Sarah Silverman), fundadora da revista World Tennis, decidiu criar um circuito só para tenistas mulheres, e teve Billie como principal apoiadora.
Em 1973, diante da descrença de muitos, foi fundada a WTA (Associação de Tênis Feminino), nos Estados Unidos, que uniu um grande número de torneios femininos em uma mesma organização, além de defender os interesses das jogadoras. Nove jogadoras fizeram parte do projeto: Rosie Casals (chegou a nº 3 do mundo), Nancy Richey (nº 2 do mundo), Kerry Melville, Peaches Bartkowicz, Kristy Pigeon (vencedora de Wimbledon em 1968), Judy Dalton (vencedora do US Open em 1970), Valerie Ziegenfuss, Julie Heldman e Billie Jean.
A comissão formada só por mulheres foi destaque na imprensa e chamou atenção de uma pessoa em particular: Bobby Riggs (Steve Carell), um ex jogador de tênis e viciado em apostas que viu em Billie Jean a oportunidade de conseguir dinheiro e prestígio. Riggs, que foi campeão do US Open e de Wimbledon nos anos 30 e era conhecido por seu jeito espalhafatoso, ofereceu a Billie a ”oportunidade” de jogar contra ele pelo prêmio de 30 mil dólares. Ela recusou, mas a australiana Margaret Court (Jessica McNamee), uma das maiores tenistas de todos os tempos, aceitou o desafio.
O longa foca na força de Billie, que enfrentou preconceitos de todos os lados mas nunca desistiu de seu objetivo: lutar contra o machismo no esporte. A dupla Carell e Stone é fantástica e brilha na tela. Carell, sempre inspirado, foi a escolha perfeita para o papel e a caracterização dos dois ficou excelente. ”Guerra dos Sexos” é um filme importante não só para os fãs do tênis, mas sim para todos aqueles que acreditam em um mundo mais justo. A direção foi da dupla Jonathan Dayton e Valerie Faris (do primoroso ”Pequena Miss Sunshine”).
Cotação: Muito bom