Foram quinze anos desde a primeira atuação no cinema, com ‘O invasor’ (lançado em 2001), até Paulo Miklos estreasse nos palcos de teatro. Depois de diversas participações em séries e novelas, ele encarna o personagem principal da peça, que chegou ao Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro no dia 6 de outubro, depois de elogiadas temporadas em São Paulo e Belo Horizonte.
“Eu tinha desejo de fazer teatro, mas era algo que não achava que fosse acontecer tão cedo. Eu projetava isso, era um desejo, até porque não me via pronto. Mas, quando apareceu o convite, aconteceu novamente aquilo que me aconteceu quando fui chamado para fazer ‘O invasor’, há 15 anos: aceitei o desafio e fui descobrir como fazer. Acho que a gente vai descobrindo isso a vida inteira”, comenta Paulo Miklos, cantor e fundador da banda ”Titãs” – e também produtor do espetáculo.
Escrita por Sergio Roveri e dirigida por José Roberto Jardim, a peça é livremente inspirada em um episódio real da vida de Chet Baker (1929-1988), cantor e trompetista considerado um dos maiores nomes do jazz. No fim dos anos 60, após ser agredido por traficantes a ponto de perder muitos dentes e ficar três anos sem tocar, ele ensaia um retorno. O espetáculo se passa no estúdio, com o artista interagindo com os outros músicos.
Viver um personagem que faz parte de um universo do qual é tão íntimo contribuiu para que Miklos se sentisse mais à vontade na nova empreitada. “O convite para viver um músico fantástico com uma história de vida polêmica, uma figura especial envolvida com um problema pessoal tão ligado à arte, e mostrar uma coisa tão comum, que é a fragilidade do ser humano — é sobre isso que a gente fala na peça —, isso tudo me seduziu muito… o fato de ser ambientado em um estúdio também criou uma familiaridade e me deu muita força para aceitar o desafio. Porque o teatro era até então um grande mistério” diz.
No palco, ele contracena com Anna Toledo, cantora e atriz de musicais, e Jonathas Joba, Piero Damiani e Ladislau Kardos, também estreantes no teatro. Entre uma canção e outra é mostrada a tensão entre os artistas, com a desconfiança dos colegas sobre o ícone que agora surge fragilizado: ele será capaz de recomeçar?
CHET BAKER, APENAS UM SOPRO — de quinta-feira a domingo, às 19h.
Quinta-feira, 6 de outubro, às 20h; até 30 de outubro de 2016
Teatro I – Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – (21) 3808-2020)
Ingressos: R$ 10 (meia-entrada) e R$ 20 (inteira)
Classificação: 14 anos – Duração: 80 minutos
Capacidade: 178 lugares