Exterminador do Futuro: Gênesis

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De volta para o futuro. Não, você não clicou na crítica errada. Começarei minha crítica do novo filme da franquia Exterminador do Futuro citando o nome de outro clássico dos anos 1980. Tudo isso para dizer que Exterminador do Futuro: Gênesis aposta nos mesmos princípios de viagem no tempo explicados por Dr. Brown em seu De Lorean voador: você pode voltar e consertar as coisas ou você pode voltar e criar uma outra linha temporal (melhorando ou piorando tudo).

Partindo desse princípio, vemos em Exterminador do Futuro: Gênesis um misto referências e homenagens ao 1º e 2º filme da franquia – o 3º e o 4º foram totalmente ignorados – e uma tentativa de revitalizar a saga de Sarah Connor para os dias atuais. Essa é a grande aposta do roteiro e, como toda aposta, tem seus riscos.

Emilia Clarke, a mãe dos dragões de “Game of Thrones”, foi a atriz escolhida para dar vida a uma Sarah Connor muito diferente dos primeiros filmes interpretados por Linda Hamilton. A personagem que em T2 (Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final) é incansável e incrivelmente forte dá lugar a uma jovem Sarah destemida, porém cansada de viver fugindo e até apegada emocionalmente ao seu protetor – o Exterminador T-800, interpretado por Arnold Schwarzenegger. Isso pode gerar um desconforto para os fãs mais radicais da franquia, porém não é inaceitável pela lógica do Dr. Brown (olha eu voltando para o futuro novamente).

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A escolha do elenco foi bem acertada, diria até fiel à proposta dos primeiros filmes. Jai Courtney vive um Kyle Reese bem próximo ao do filme de 1984 (com umas pitadas a mais de sexyappeal), o ator Jason Clarke tem todo o estereótipo de John Connor e nem preciso falar do Arnie (olha as intimidades) que sozinho carrega praticamente todo o alívio cômico do filme mesmo interpretando um robô criado exclusivamente para destruir coisas. Definitivamente o problema do filme não é a atuação.

Algumas pessoas poderão reclamar da falta de explicação ou lógica de algumas coisas derivadas dessa nova linha temporal, no entanto acredito que faltaram dois elementos nesse filme para ser memorável: cenas de ação marcantes e medo. A primeira não precisa de explicação. Dirigido por Alan Taylor e escrito por Laeta Kalogridis e Patrick Lussier, as cenas de ação de Gênesis não chegam a grandiosidade dos filmes dirigidos por James Cameron (Exterminador 1 e 2). E sim, falta medo no filme. Apesar de haverem muitos vilões, o expectador em nenhum momento sente o desespero real de ter uma máquina de matar correndo atrás de você. Quando eu era pequeno, tinha pesadelos com o Exterminador de metal líquido correndo atrás de mim. É exatamente o que um Exterminador tem que fazer, criar medo.

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Apesar de não ser o melhor filme da franquia, não o considero ruim. Exterminador do Futuro: Gênesis é um bom filme de ação para assistir nos cinemas ou em casa numa tarde de domingo. Diverte e entretém. Em nenhum momento o ritmo diminui ou fica chato ou cansativo. Há uma boa dose de humor, ação e drama. Os efeitos visuais são impecáveis. Preciso destacar duas cenas: a sequência inicial com o futuro em guerra é uma linda referência ao primeiro filme (coisa que nenhum dos outros filmes conseguiram fazer com êxito). E a cena em que Arnold Schwarzenegger luta contra ele mesmo mais jovem – e feito via computação gráfica. É de impressionar qualquer um com a riqueza dos detalhes. Até a pele está idêntica ao ator no auge de sua forma física (ou não… quem sou eu pra determinar isso do ex-Mister Universo).

No mais, fica o desejo de que Arnie continue com muita disposição para interpretar o Exterminador nos próximos filmes que virão, pois com certeza mais filmes virão, com ou sem ele.