‘‘Interstellar” é um filme acima da média. Épico, grandioso, bem bolado e muito, muito intrigante, o novo trabalho de Christopher Nolan é, sem dúvida, um dos melhores filmes de 2014.
A trama começa mostrando a vida de Cooper (Matthew McConaughey, em um de seus melhores papéis) e de sua família. Viúvo, Cooper vive com o sogro e os filhos Murphy (Mackenzie Foy) e Tom (Timothée Chalamet) num lugar não identificado numa era em que não há mais comida para todos. As colheitas não existem mais e tempestades de areia acontecem o tempo todo, deixando as pessoas com alergia e as casas totalmente sujas.
Cooper, no passado, foi engenheiro. Desesperado com o que o futuro reserva a seus filhos (Murphy tem 10 anos e Tom tem 15), o pai de família acaba aceitando um arriscado convite: ele irá para o espaço pilotando uma nave que pode ser a última esperança de salvar o planeta Terra. No espaço, ele e sua equipe (Amelia, interpretada por Anne Hathaway; Romilly, interpretado por David Gyasi e Doyle, interpretado por Wes Bentley) precisam encontrar um novo planeta que tenha condições ideais para que humanos continuem sobrevivendo e a raça não seja dizimada. Eles precisam achar um ”buraco da minhoca”, que se encontra na órbita de Saturno.
Com uma trama de viagem no tempo muito mais dramática do que estamos acostumados a assistir, Nolan apresenta um trabalho incrível, sincero e humano, que mostra as aflições de um pai de família, que, de uma hora para outra, precisa carregar um fardo (literalmente) gigantesco. A história instiga indagações profundas e temas complexos, que incluem a Teoria da Relatividade e noções de espaço-tempo.
Embora nos últimos 20 minutos o filme sofra uma reviravolta e fique extremamente confuso, a premissa da trama é excelente e prende o espectador, que se emociona e torce por Cooper e por sua família.
No elenco ainda estão Jessica Chastain, Casey Affleck, Michael Caine, John Lithgow, Topher Grace e Matt Damon. O roteiro foi escrito pelos irmãos Jonathan e Christopher Nolan; Hans Zimmer (”O Rei Leão”, ”Gladiador”) foi o responsável pela trilha sonora e a fotografia ficou por conta de Hoyte van Hoytema (”Ela”, de Spike Jonze).
Cotação: Muito bom