Aos 23 anos, Pedro Novaes é o protagonista de ”Malhação: Toda forma de amar”, que se encerra hoje (3). Por conta do coronavírus, a trama foi encurtada e os protagonistas Filipe (Pedro) e Rita (Alanis Guillen) vão narrar o desfecho de cada personagem.
A veia artística do jovem galã sempre existiu: ele é filho dos atores Letícia Spiller e Marcelo Novaes, que se conheceram na novela ”Quatro por Quatro” (1994).
Nessa entrevista, o simpático Pedro fala sobre o papel na novela, a paixão pela banda Fuze, na qual é baterista, e inspirações. Confira:
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1. Pedro, primeiramente obrigada por tirar esse tempinho para conversar com a gente!
Sei que sua rotina esteve bem intensa por conta das gravações e dos compromissos com a banda. Queria começar perguntando como surgiu seu interesse pelas artes. Seus pais tiveram alguma influência?
Olá, de nada! Sim, meus pais me influenciaram demais… minha família inteira, na verdade. Meu tio é músico, fui muito influenciado por eles, graças a Deus, agradeço todos os dias. Desde pequeno tenho contato com a música, desde os meus 7 anos. Ouvia meu pai tocando na garagem com meu tio, pois meu pai sempre teve banda. Comecei a fazer teatro com 12 anos, mas desde pequeno já me apresentava em casa, pra família, criando histórias e personagens. Sou muito grato aos meus pais, pois a arte me faz muito bem.
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2. Você já fez 3 filmes e algumas participações em novelas, mas ser protagonista de ”Malhação” tem um peso muito maior. Como você avalia seu trabalho na novela e esse ciclo de amadurecimento tanto na vida pessoal quanto na profissional?
Bom, ser protagonista é um personagem como os outros. Acontece que o protagonista faz mais meio de campo para outras histórias acontecerem. O coletivo da novela era muito amarrado, tanto em cena quanto nos bastidores. A carga horária do personagem é maior, claro, mas somos um time. Aprendi muito nessa novela, tanto no profissional quanto no pessoal! Nesse meio, você conhece muitas pessoas e nessa troca consegue ter mais noção da sua essência, de quem você é. Em ”Malhação” eu tive o privilégio de trabalhar com pessoas incríveis, como a Paloma Duarte, que era minha mãe na novela. Ela me deu várias dicas, conselhos, tivemos um afeto para criar essa conexão de mãe e filho. Com o Joaquim Lopes, que interpretou meu pai, também foi assim. Todos me ajudaram muito a evoluir. Foi um ciclo que se fechou e eu só tenho a agradecer.
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3. Filipe, seu personagem, é um cara gente boa e apaixonado pela família e que mudou muito desde a chegada de Rita na trama. Como foi a preparação para esse papel? Pode falar um pouco sobre sua parceria com a Alanis (Guillen)?
A preparação foi muito boa. Antes de fazer os workshops da novela, eu sentia que não sabia de nada! Eles tiram todas as suas manias, as suas bengalas (recursos de atuação), mas ”Malhação” na verdade é jogar no desconforto, no desafio. A Cris Moura foi a preparadora, ela fez realmente uma ”limpeza” e depois foi focando na trama de cada personagem. Foi muito bom quando eu soube que ele tinha essa conexão com a família, pois eu emprestei muita coisa do Pedro pro Filipe, mas o Filipe é muito diferente do Pedro… quando eu descobri isso, foi muito mais legal e divertido. Eu ainda não sei nada, e assim eu tenho espaço para aprender coisas novas.
Minha parceria com a Alanis (que interpretava Rita) foi muito fácil. Nos conectamos de primeira. Todo dia a gente pensava em se divertir e em dar nosso melhor. A gente era muito aberto pra criar junto, pra rir e também chorar em cena. Virou uma grande amiga que com certeza vou levar pra minha vida inteira.
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4. Agora vamos falar um pouco sobre a banda Fuze, que é uma das paixões da sua vida. Como surgiu a ideia de formar uma banda com seu irmão, o primo e um amigo? Em quem vocês se inspiram para criar música? A ideia é continuar conciliando as duas carreiras?
Sim, é uma das minhas paixões! A gente como artista tem que acreditar no que a gente gosta de fazer, e pra mim a música é um jeito de fazer arte… acho que a música pode curar as pessoas e é um modo de fazer o bem. A música é minha prioridade número um, e as outras coisas vou conciliando ao redor disso. Eu comecei a tocar bateria com uns 7 anos de idade. Primeiro a banda começou comigo, meu irmão (Diogo) e meu primo (Felipe), e a gente tocava na garagem de casa. A gente tinha um professor, o Luis de Moraes, que ia toda semana dar aula pra gente. A gente não tinha ideia, mas já estávamos criando uma conexão de banda ali. E somos família, né? A gente também já teve discussões. Hoje o nosso jeito de trabalhar é mais adulto, é com respeito. A gente sempre preservou essa relação de família, de respeito, de carinho. Poder conciliar a banda, a música, a arte, com a minha família, é a essência mais pura. Depois o Guilherme (guitarrista) entrou em 2015, que trouxe a profissionalização da banda. Logo depois chamamos pra ele fazer um show com a gente e estamos aí na estrada. A gente se inspira em muita gente! Temos influência de Anderson Paak, Bob Marley, Natiruts, Red Hot Chilli Peppers, Cintia Luz… escutamos de tudo, pegamos a influência e passamos pro papel.
5. No momento, você tem mais de 400 mil seguidores no Instagram. Você acompanha o que falam sobre você nas redes sociais? Você tem o cuidado de pensar no que vai postar e tentar ser uma boa influência para os adolescentes que te seguem?
Nas redes sociais, agradeço a quem tem um carinho por mim, sou muito feliz por isso! Mas ao mesmo tempo não sou muito ligado, sabe? Sou eu ali, eu cuido das minhas redes sociais, não fico postando tudo, onde estou, com quem estou, sou mais reservado nesse sentido. Tento sempre fazer com que as pessoas tenham uma conexão com a verdade e com o que eu acredito.
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6. Com a novela chegando ao fim, você vai aproveitar para descansar na Serra do Rio de Janeiro? Tem algum plano para o segundo semestre que possa compartilhar com nossos leitores?
A novela acabou antes por causa do Covid-19. Foi por um bem maior. Vim pra Serra me isolar com minha família e o Guilherme, que também é da banda, tem uma casa aqui perto, então está dando pra gente fazer ensaios e live sessions. Não tenho nenhum plano pro segundo semestre ainda pois não se sabe quando essa situação vai acabar. Estou tendo muito pensamento positivo para que toda essa situação se acalme e as pessoas possam tirar uma boa lição disso. Que as pessoas tenham mais empatia pelo outro, mais igualdade, mais reconhecimento, mais respeito.
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7. Para fechar: quem/o que te inspira? Pode ser um livro, um filme, um músico, um ator…
Minha família e meus amigos me inspiram muito! Na música, me inspiro em Bob Marley, era um grande músico, sou fã. Eric Moore é um baterista que também gosto muito, sempre assisto aos vídeos dele para estudar e me inspirar.