7 perguntas para… Gustavo Pereira

soluço

O que Justin Russo (”Os Feiticeiros de Waverly Place”), Nemo (”Procurando Nemo”), Soluço (”Como Treinar seu Dragão” 1 e 2), Cadu Maverick (”Tá dando onda”) e Blu (”Rio” 1 e 2) tem em comum? Todos eles foram dublados pelo carioca Gustavo Pereira.

Com mais de 10 anos de profissão, o dublador é formado em MPB pela UNIRIO e também faz parte da banda Casoy, um trio carioca que toca música brasileira.

Saiba mais sobre ele nessa pequena entrevista:


1 – Você trabalha com sua voz tem bastante tempo. Como você começou na carreira de dublador? Era um desejo seu de criança?
Comecei com 12 anos, após fazer o curso de dublagem com a Marlene Costa. Já trabalhava com televisão, teatro e cinema. Não digo que era um sonho de criança. Acho que as coisas foram acontecendo. Apesar da responsabilidade que é trabalhar com tão pouca idade, acho que tudo sempre foi uma grande brincadeira, um grande prazer, e tem sido até hoje.


2 – Poderia contar, resumidamente, como é o processo de dublagem? São feitos testes para ver qual dublador se encaixa em cada papel?
Confesso não ter tanto conhecimento sobre os outros processos que envolvem o trabalho (tradução, mixagem, edição e etc), mas posso dizer que os desafios do trabalho dentro do estúdio costumam me motivar. Recebemos o texto já traduzido no estúdio, e trabalhamos em cima do filme original. O texto é dividido em pedaços de 20 segundos chamados loops ou anéis.
O ritmo é ditado pela dificuldade do trabalho somada ao nível de exigência e capacidade dos profissionais envolvidos, como em qualquer outro tipo de trabalho.  Quanto aos testes, às vezes são feitos sim, para serem avaliados pelo cliente. Outras vezes a escolha dos atores fica a critério da direção de dublagem.


3 – Você trabalha muito dublando desenhos/séries infanto-juvenis (como, por exemplo, ”Os feiticeiros de Waverly Place”, com a Luisa Palomanes).  Você gosta de animações? É estranho ir ao cinema assistir a um filme que você mesmo dublou?
Sou apaixonado por animação. Tenho um carinho especial por todas as que eu pude participar como dublador, além de outras tantas. Costumo dizer que “O Rei Leão” é o meu filme favorito. Hoje em dia vejo e revejo “Meu Malvado Favorito 1 e 2”.

Quanto a me ouvir no cinema, já foi estranho e já foi muito empolgante. Hoje em dia fico muito feliz, mas tendo a assistir ao filme com olhos (e ouvidos) um pouco mais críticos. Apesar disso não deixo de assistir um filme por estar dublado por mim. 


4 – Em relação ao cinema, você tem um gênero preferido?
Acho que a animação ainda é o que me faz ter mais vontade de ir ao cinema. Mas acho que o meu gênero favorito é “filme bom”, e creio que não haja muitas regras ou limites estéticos pra isso. Não costumo, como espectador, ser tão analítico, e sim estar desarmado pra ser emocionado ou não pelo que o telão apresenta.

5 – Você dublou o Soluço nas 2 partes de  ”Como treinar seu dragão”. Você gosta do personagem? Entre todos os personagens que você já fez, tem algum trabalho que é mais especial?
Eu adoro o “Soluço”. Principalmente o “sarcasmo do bem” que ele apresenta em algumas cenas. Acho ele um personagem excelente. De certa forma me envolvo muito com o universo dos personagens que dublo, mesmo os que considero menos carismáticos, e acho isso fundamental pra trabalho. Me estimula bastante.

Certamente o “Soluço” está entre os meus favoritos. Gosto bastante do “Cadu Maverick” (Tá Dando Onda), “Blu” (Rio) e “Nemo” (Procurando Nemo) também.


6 – Já foi reconhecido na rua (ou no banco, na padaria) por causa da sua voz?
Não por causa da voz (risos). Quando era um pouco mais novo e fazia mais televisão, as pessoas lembravam do meu rosto. Mas fiquei surpreso quando há uns 2 anos fui reconhecido por uma fã de dublagem, que conhecia meu rosto e sabia de muitos dos trabalhos que eu havia feito.


7 – Pra fechar: poderia falar um pouco sobre a Banda Casoy?
A música é a minha maior paixão. Sou bacharel em MPB pela UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). Sempre trabalhei também como músico e ultimamente tenho tido cada vez mais vontade de conduzir os meus próprios projetos musicais.
O Casoy é o mais presente deles agora. É uma banda com dois grandes amigos e excelentes músicos (Marcelo Saboya e Tiago de Souza). Tocamos música brasileira, consagradas ou não, de um jeito que adoramos e que nos permite experimentar coisas e compor.

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