6 perguntas para… Vitor Cafaggi

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Morador de Belo Horizonte, MG, Vitor Cafaggi é o autor de ‘Valente’, tirinha publicada semanalmente no jornal ‘O Globo’.
As tirinhas foram criadas em 2010, e acompanham a vida de Valente, um cãozinho fofinho e apaixonado, durante seus anos na escola até a faculdade. 

Nessa pequena entrevista, Vitor fala sobre sua vontade de fazer quadrinhos, o contrato com a Panini e projetos futuros.
Confira:

Você sempre quis ser quadrinista ou esse era seu ‘plano B’?
Sempre quis fazer quadrinhos. Era o que eu mais queria quando era criança e até uns 20 anos. Depois da faculdade (ele se formou em Desenho Industrial) deixei de lado um pouco o sonho pra tentar realizar um trabalho de gente grande, mais estável. Trabalhei como designer gráfico por um tempo, tive minha própria empresa, depois fui diretor de arte em uma grande empresa. Mas, depois de um tempo, já com uns 27 anos, voltei a sentir essa vontade fazer meus próprios quadrinhos. Eu li histórias em quadrinhos a vida inteira, acho que era natural que, uma hora, eu quisesse contar minhas próprias histórias.

Seu personagem mais conhecido é o fofo Valente. Como surgiu esse personagem? Foi baseado em alguém que você conhece?
Valente surgiu quando o jornal O Globo me convidou para criar uma série de tiras para a sua página dominical. Como eu não tinha muito tempo para criar, resolvi contar uma história que eu já conhecia bem, com personagens que eu conhecia tão bem quanto conheço meus amigos, minha família, minhas ex-namoradas. Valente é totalmente baseado na minha adolescência. Escolhi um certo momento, bem representativo, em minha vida e segui contando minha historia a partir daí, através de tiras com cachorros, gatos, pandas e macacos.

 

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Estive em São Paulo recentemente e fui na Livraria Cultura. Chegando lá, vi que vários exemplares de ‘Valente por opção’ estavam disponíveis para venda. Era um sonho seu ver seu personagem virando um livro?
Qual foi a sensação de ter um contrato com uma gigante como a Panini?
A conversa com a Panini começou em 2012, durante o FestComix, em São Paulo, enquanto eu lançava o segundo volume, Valente Para Todas, de forma independente. Ao longo de 2013, continuamos conversando sobre a possibilidade da editora publicar Valente. Pouco antes do FIQ, no ano passado, fechamos essa parceria em relação ao Valente.


Pra mim, está sendo ótimo porque as revistas com a Panini chegaram a lugares que eu, como independente não consigo chegar. Elas chegaram em bancas há algumas semanas. Outro ponto positivo é que não preciso mais me preocupar com a distribuição, com o controle das vendas e o envio das revistas, sobrando mais tempo pra escrever e desenhar. Somente durante os meses de junho, julho e agosto desse ano, vendi e mandei mais de 600 revistas pelo correio. Isso toma muito tempo. Espero muito que continue dando tudo certo com a Panini.

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Valente – volumes 1, 2 e 3. Os livros estão disponíveis para venda nas maiores livrarias do Brasil e também pela internet.

 

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Você e sua irmã, Lu, fizeram um lindo trabalho na ‘Graphic MSP’. Como surgiu o convite para o projeto?
Para esse projeto da graphic novel, o convite foi feito pelo Sidney Gusman, diretor de planejamento da MSP, por telefone. Eu já tinha participado do MSP 50 (álbum em homenagem aos 50 anos de carreira do Mauricio), em 2009, com uma história do Chico Bento, que escrevi e desenhei. Essa história curta mostrando o dia que o Chico conheceu a Rosinha, teve boa repercussão e, graças a ela, fomos convidados para o projeto Graphic MSP. Nessa história do MSP 50, tive liberdade toral pra fazer a história como quisesse, com o personagem que eu quisesse.

No caso da graphic, foi o Sidney que definiu quais personagens os autores iriam trabalhar. Não foi a gente que escolheu, mas se tivéssemos essa possibilidade, escolheríamos a Turma de qualquer jeito. Tivemos total liberdade pra criar essa história também. A única coisa que o Sidney nos pediu foi que a história tivesse alguma cena mostrando os personagens ainda mais novinhos, mais ‘babies’.
Essa cena seria desenhada pela Lu, porque ela tem um traço ainda mais fofo do que o meu.

Pesquisando sobre você, vi que também é professor na Casa dos Quadrinhos. Você estudou lá?
Poderia falar um pouco sobre sua experiência em sala de aula, passando seu conhecimento para outras pessoas?
Eu nunca estudei na Casa. Sou um dos poucos professores lá que não foi aluno. Gosto de dar aula tanto quando gosto de produzir quadrinhos. Enquanto conseguir conciliar as duas coisas, vou fazendo isso. Quando não tiver mais tempo pra dar aulas nas escolas, começo a dar aula particular, pra menos alunos, com horários flexíveis. Não me vejo parando de dar aula por enquanto. Aprendo muito dando aula e me mantenho mais atualizado e esperto.
2014 está só começando. Quais são seus planos para esse ano?
Trabalhar muito na continuação de Turma da Mônica – Laços e no quarto livro do Valente. E, no meio disso, ter tempo pra namorada, pros amigos, pra família e pra mim.

 

Veja mais trabalhos de Vitor:
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Para conhecer mais sobre o trabalho do Vitor acesse: http://punyparker.blogspot.com.br 
Você pode seguir o Vitor no Twitter: https://twitter.com/vitorcafaggi
Conheça mais sobre a Casa dos Quadrinhos: http://www.casadosquadrinhos.com.br