O carioca Pedro Bromfman é o compositor das trilhas sonoras dos filmes ”Tropa de Elite”,” Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora É Outro”, ”Qualquer gato vira lata” e ”RoboCop” (2014). Além disso, ele trabalhou no aclamado game ”Max Payne 3”.
Nessa pequena entrevista, ele fala sobre sua carreira, a amizade com José Padilha e projetos para o futuro.
Confira:
Vi no seu site que você é músico e também estudou na UCLA. Desde sua adolescência aqui no Rio trabalhar com trilhas sonoras sempre foi um sonho? Como surgiu seu interesse?
Sempre fui apaixonado por musica, tocava violão e estudava teoria musical desde moleque. Aos 15 anos sabia que queria ser músico profissional mas nunca imaginei que trabalharia com trilhas. Estudei Jazz Performance e Composição na faculdade e pensava principalmente em ser instrumentista e produtor musical.
Sou cinéfilo, desde pequeno adoro o cinema, mas realmente não imaginava que alguém poderia viver compondo trilhas, que haviam músicos que se especializavam nisso.
Quando me mudei para Los Angeles, depois de anos de experiencia como compositor, arranjador e instrumentista, conheci vários estudantes da pós-graduação de cinema da UCLA. Eu, sendo o músico do grupo, acabei encarregado das trilhas de vários curtas. Tive a sorte de esbarrar com esse caminho sem tê-lo planejado, mas tendo anos de estudo e dedicação que me prepararam e me permitiram segui-lo.
Você fez a trilha de diversos filmes, inclusive do nacional ‘Qualquer Gato Vira Lata’.
Você vê muita diferença entre trabalhar aqui no Brasil e nos EUA?
Sim, principalmente se tratando de um filme de estúdio aqui nos EUA. A diferença de orçamento é enorme! Isso nos permite “pensar grande” sem restrições. Podemos teoricamente gravar qualquer trilha que possamos imaginar: orquestra, coral, solistas, etc… No Brasil em geral trabalhamos com um número limitado de músicos e termino, eu mesmo, gravando a maioria dos instrumentos.
Também existem desvantagens em se fazer trilhas para filmes de estúdio, quanto maior o orçamento de um filme, maiores são as pressões, e mais difícil é agradar a todos os produtores envolvidos. Muitas vezes temos mais liberdade financeira porém menos liberdade criativa. Mas claro que cada caso é um caso e cada filme tem as suas vantagens e dificuldades.
Como foi a experiência de fazer a trilha do videogame ‘Max Payne 3’?
Foi muito interessante, um grande aprendizado. Não jogo video games, portanto, não sabia exatamente o que esperar. A quantidade de música necessária num jogo é muito maior do que em um filme e o trabalho terminou durando quase um ano inteiro. Sinto que no cinema posso explorar melhor minha sensibilidade de músico e compositor.
Em um filme, a trilha é a grande responsável em transmitir a emoção das cenas e dos personagens, enquanto que no video game a trilha é responsável principalmente pela “adrenalina”. Com ela, estou constantemente reforçando a ação e movimentação dos personagens.
Você já trabalhou com o Padilha aqui no Brasil algumas vezes. Como vocês se conheceram?
Nos conhecemos nos EUA, no festival de Sundance, quando ele apresentou seu filme “Onibus 174″ por lá. Tínhamos um amigo em comum no Brasil e havíamos combinado um jantar durante o festival. Me lembro que vi o ”174” na véspera do nosso encontro e fiquei muito impactado com a qualidade e a importância daquele filme.
Fico muito feliz de ter podido fazer outros filmes importantes com o Padilha e principalmente em tê-lo como um grande amigo.
Após o sucesso de ‘RoboCop’, qual seu próximo projeto para 2014?
Tenho alguns projetos aqui no EUA sendo conversados e negociado nesse momento. Acabo de terminar uma co-produção Espanhola, tenho um filme no Brasil no segundo semestre e possivelmente uma série para Netflix.
Pedro Bromfman, Lula Carvalho, Joel Kinnaman, Daniel Rezende e José Padilha na pré estreia de ‘Robocop’
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