Dona de uma voz inconfundível, personalidade marcante e carisma especial, Alcione é uma das artistas brasileiras mais prestigiadas no Brasil e no exterior. Conquistou uma legião de fãs ao longo de sua trajetória de mais de 45 anos de carreira, já tendo cantado em mais de 30 países.
Nessa entrevista exclusiva, a cantora, nascida em São Luís do Maranhão, fala sobre seu novo trabalho, o álbum ”Tijolo por Tijolo”, o lançamento do documentário ”O samba é primo do jazz” e como está lidando com a quarentena.
Confira:
1. Alcione, gostaria de começar perguntando sobre o álbum ”Tijolo por tijolo”, que chegou ao público em maio, no meio da quarentena. Como foi a preparação desse álbum e escolha das músicas?
Ah, é um álbum importante porque demorei alguns anos para gravar um novo disco de inéditas. Andei fazendo uns projetos e a turnê ”Eu sou a Marrom”, pelo Brasil, Europa e Estados Unidos demorou muito mais tempo do que prevíamos. O público e os compositores me cobravam, continuavam enviando músicas, até que resolvi entrar em estúdio. Tive tempo para selecionar, mas foi bem trabalhoso pois temos muitos autores talentosos Brasil afora.
No último dia 15 (de agosto) fiz o lançamento oficial, no palco do Vivo Rio, que fez sua primeira transmissão mundial e voltou às atividades com o meu espetáculo. Mas, claro, não teve público. Porém, matei a saudade dos palcos e da minha banda! Tinha cenário, produção caprichada…foi lindo! Quanto às músicas do álbum, começamos lançando algumas nas plataformas digitais (”Fascínio”, de Toninho Geraes e Paulinho Rezende; ”Alto Conceito”, de Fred Camacho e Leandro Fab; ”Tijolo por Tijolo” de Serginho Meriti e Claudemir) , agora estamos mostrando o cd inteiro que tem canções de Altay Veloso e Paulo César Feital, Arlindo Cruz/Marcelinho Moreira/Rogê, Zé Americo e Salgado Maranhão, Edil Pacheco e Walmir Lima, Joluiz Cavalcante e Alvinho Santos, Zeppa e Jorge Vercillo, Telma Tavares e Roque Ferreira, dentre outros. Serginho Meriti tem três músicas no disco, todas maravilhosas! Ah, e gravei uma homenagem ao meu amigo querido, o atleta do século: Pelé! (Altay e PC Feital)
2. Além do cd, você tem projetos de lançar um documentário e um musical. O que pode nos adiantar sobre esses projetos?
Sim, tudo estava programado para sair este ano, mas com a pandemia todos os projetos sofreram alterações. Porém, vamos realizá-los o mais breve possível, se Deus quiser! Ah, por sinal, hoje recebi a bela notícia de que o documentário ”O Samba é primo do Jazz” (direção de Angela Zoé) foi selecionado para participar da Edição Virtual do Festival de Gramado, evento que acontecerá de 18 a 26 de setembro. Estou feliz da vida!
3. Você é super animada e ativa. Como está sendo esse momento de distanciamento social para você?
Estou cumprindo a quarentena, seguindo os protocolos mesmo quando faço lives. Não dou mole para a Covid 19, pois sou do grupo de risco – e mesmo que não fosse seguiria todas as normas, com saúde não se brinca! Porém, é importante lembrar que tudo isso vai passar!
4. Você está participando de várias lives, divulgando suas ações sociais e fazendo comentários super divertidos nos perfis do Instagram. Qual o papel das redes sociais na sua vida?
Gosto muito, me ajuda a matar a saudade de conversar com o público. Nelas posso falar o que penso, trocar ideias, informar sobre as novidades e sobre meus projetos. E me distrai também.
5. Você é uma mulher forte e empoderada. Você sofreu preconceito em algum momento de sua carreira por ser mulher? Em sua opinião, quais espaços as mulheres ainda precisam conquistar?
Já caminhamos muito nos últimos tempos, mas falta muita coisa! Felizmente aprendi em casa, com meus pais, que mulher não deve ser submissa e nem depender de homem. Deve ser independente, procurar conquistar seus espaços. Eu e minhas irmãs aprendemos cedo que deveríamos ser donas das nossas vidas, traçar nossos próprios caminhos sem a dependência masculina ou de quem quer que seja.