1. Troca de vozes
Quem faria a voz originalmente da personagem Samantha seria a atriz Samantha Morton, que atuou em “Minority report”, de Steven Spielberg, e “Poucas e boas”, de Woody Allen. Ela chegou a gravar e esteve presente no estúdio diariamente com Joaquin Phoenix, mas quando o diretor Spike Jonze foi editar, não ficou satisfeito. Com o consentimento da atriz, ele convocou Scarlett Johansson para substituí-la. O nome de Jennifer Lawrence chegou a ser cogitado.
2. Acusação de plágio
Dois roteiristas afirmam que a história de “Ela” teria sido extraída de um texto feito por eles. Segundo o processo, obtido pelo site TMZ, Sachin Gadh e Jonathan Sender alegam que entregaram em 2011 o roteiro de “Belv” para a agência CAA, que representa Jonze. O grupo rejeitou o texto e disse que não trabalhava com roteiros que não fossem encomendados. Em ambas as histórias, de acordo com a dupla, os protagonistas vivem um relacionamento com um computador. O longa de Jonze foi indicado em cinco categorias ao Oscar, inclusive a de melhor roteiro original.
3. Mais dança das cadeiras
Carey Mulligan, que atuou em “O grande Gatsby”, tinha sido escalada para viver Catherine, ex-mulher do nerd Theodore Twombly, mas alegou que não poderia pegar o papel por falta de espaço em sua agenda. Na época, especulou-se que a desistência tinha a ver com o recente casamento da atriz com o cantor Marcus Mumford. Quem assumiu o posto foi Rooney Mara.
4 . Soltando a voz
Outra que “soltou” a voz durante as filmagens foi Amy Adams. Para animar a equipe no set, a atriz, que tem experiência em musicais, cantarolava temas de espetáculos famosos —como “Annie” e “Rocky Horror Picture Show”. Volta e meia, Joaquin Phoenix acompanhava, mas a cantoria terminava quando Jonze gritava: “Ação!”.
5. A construção de um cenário futurista
Para projetar a Los Angeles de um futuro próximo, Spike Jonze deixou voar a imaginação. Com a ajuda do diretor de arte KK Barett, misturou elementos da cidade americana com outros do distrito de Pudong, em Xangai. As ruas são tomadas por arranha-céus, todos eles interligados por passarelas. Jonze também pegou dicas da arquiteta Elizabeth Diller, cuja empresa está projetando o novo museu de arte contemporânea de Eli Broad, no centro de L.A.
6. Piadinha no discurso de agradecimento
Laureado com o Globo de Ouro na categoria Melhor Roteiro, o diretor Spike Jonze resolveu fazer gracinha em seu discurso de agradecimento. “Queria agradecer ao David O. Russell por ter me dito o que eu deveria cortar no meu filme”. Curiosamente, Russell, que estava na plateia, era seu concorrente pelo roteiro de “Trapaça”.
7. Protagonista rejuvenescido
Inicialmente, Jonze pensou num ator na faixa dos 50 anos para interpretar o protagonista. Mas depois preferiu escalar alguém mais novo para o papel. Assim que terminou de escrever o roteiro, o nome de Joaquin Phoenix, 39 anos e então com 37, veio quase instantaneamente. Ele havia participado de uma audição para o filme “Adaptação”, dez anos antes. “Fiquei surpreso”, declarou Phoenix.
8. Diretor e roteirista total flex
“Ela” é o primeiro filme dirigido por Jonze que tem roteiro também de sua lavra. Em dois de seus maiores sucessos como diretor, “Quero ser John Malcovitch” (1999) e “Adaptação” (2002), ele dividiu a autoria do roteiro com Charlie Kaufman. Já em “Onde nascem os monstros” (2009), o script também foi escrito a quatro mãos, com Dave Eggers.
9. Universo particular
Desde o início da produção, a ideia era trabalhar com uma equipe bastante enxuta e buscar uma atmosfera bem intimista. Com exceção das cenas que precisavam de figurantes, o set reunia no máximo dez pessoas no total, incluindo toda a equipe técnica. O motivo? O próprio diretor dá uma explicação: “Quis criar um universo próprio, filmar como se fosse somente para a gente, não para o grande público”, conta.
10. Sonzinho informal made in Canadá
Indicada ao Oscar, a trilha sonora de “Ela” foi composta pela cultuada banda canadense Arcade Fire. A relação do diretor com os músicos vem de longe — Jonze já dirigiu o curta “Scenes from the suburbs”, em parceria com o grupo. As gravações da trilha foram feitas no Canadá em clima bem informal.
Todos assistiam às cenas do filme e, quando alguém tinha uma ideia, pegava qualquer instrumento à mão e começava a tocar.
fonte: O Globo