7 perguntas para… Jacqueline Sato

 Nascida em Guarulhos, Jacqueline Sato é atriz, dubladora e apresentadora. Já atuou nas novelas ”Além do Horizonte”, ”Sol Nascente” e ”Orgulho e Paixão”, onde interpretou a moderna Mariko. Também fez parte do elenco da série ”Lili, a ex”, do canal GNT.

Nessa entrevista exclusiva ela fala sobre seu trabalho como dubladora e sobre o filme que está rodando ao lado de Luis Lobianco, do ”Porta dos Fundos”.

Confira:

 

Gostaria de saber como surgiu o trabalho de dublagem em “My Hero Academia: 2 Herois”. Você já havia feito algo assim antes?
Já havia dublado sim, mas personagens menores, com menos desafios. Esta é a primeira vez que dublo uma personagem tão importante. Fiquei muito feliz! A Melissa tem 17 anos, é super doce, leve e espontânea. Então busquei encontrar uma voz que combinasse com estas características. Me diverti muito fazendo e fiquei com vontade fazer mais vezes. 

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Poderia contar para nossos leitores como é ser dubladora? Você fez algum tipo de laboratório para esse trabalho?
Para este trabalho assisti a versão em Inglês diversas vezes pra estudar bem a referência. Depois, busquei dentro de mim a minha versão da Melissa. Entender quem é ela, quais suas vontades e fragilidades serviu como guia pra poder trazer nuances e verdade na hora da dublagem propriamente dita. Acredito que ser atriz ajudou bastante no processo, mas foi desafiador pois a arte da dublagem tem suas particularidades, como o fato de ter que encaixar perfeitamente na boca do personagem,  e não tem ninguém contigo ali pra contracenar. A direção é muito importante, pois é a única que sabe como está o todo, se as vozes e tom dos personagens estão em harmonia. Nós dubladores, só vamos ouvir o trabalho do outro colega depois que o produto está pronto. 

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Nos conte um pouco sobre ”10 horas para o Natal”. O que podemos esperar da sua parceria com Luis Lobianco?
O filme é uma ótima pedida pra ir ao cinema com a família. Engraçado, leve, é a versão brasileira dos filmes Natalinos. Quando eu era criança assisti a muitos, mas quase todos americanos, então estou achando o máximo termos a nossa versão.  Foi muito bacana trabalhar com o Luis, ele é uma pessoa muito querida, e tem tudo pra surpreender com este filme. Um ator e parceiro de cena incrível. Posso dizer que nós nos divertimos muito fazendo, e espero que vocês se divirtam também!

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Cris D’Amato (‘SOS Mulheres ao Mar”; ”É Fada”) é uma das campeãs de bilheteria nacionais, especialista em comédias e seus filmes sempre possuem enredos leves e positivos. Como foi trabalhar com ela?
Sim, já admirava o trabalho dela. É inspirador acompanhar o trabalho de uma mulher tão talentosa e, de repente, se ver trabalhando com ela.  Quando surgiu o convite eu fiquei super empolgada! Ela é uma diretora muito cuidadosa, em todos os sentidos. Olhar atento ao set , aos detalhes, e à sensibilidade de cada um, carinhosa, atenciosa. Dá pra sentir o amor na dedicação ao que faz, e nas relações com cada um ali no set. Engraçado você falar dos enredos serem leves e positivos, eles têm muito da personalidade dela, que é também assim. Ela como capitã do set ali, contagia a todos com essa energia boa, esse alto astral. 

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Seu último trabalho na TV foi interpretando a médica Mariko. O que você aprendeu com essa personagem? 
Vixi, muito! A Mariko é uma mulher forte, que venceu muitos obstáculos e preconceitos na vida. Japonesa e médica numa época em que quase não existiam orientais no Brasil, e quase nenhuma mulher estudava ou trabalhava, ela venceu e conquistou seu espaço e respeito. Além de aprender sobre a época, essa personagem me instigou ainda mais a não se deixar abalar pelos obstáculos, e pelos olhares que julgam, mas seguir em frente com a cabeça erguida, profissionalismo e dedicação. Sempre tive isto dentro de mim, mas ao viver a Mariko exercitei intensamente o olhar para o passado e ver o quanto outras mulheres  tiveram que batalhar para podermos viver da forma que vivemos hoje. Isso me inspira e me dá força.

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Você já fez séries, novelas, filmes e atua como dubladora também. Tem vontade de fazer teatro? Ou de dirigir seu próprio filme?
Teatro morro de vontade de voltar a fazer. Em 2015 foi a última vez que fiz, com as peças “Osho – Crack of Soul” com a Companhia de Teatro Confraria dos Ritos, e direção do Janssen Hugo Lage, e depois o infantil “A Lenda do Vale da Lua”. Tenho vontade de trabalhar em todas as áreas que uma atriz pode trabalhar, se expressando das mais diversas formas, seja nos palcos, ou nas telas. Com cada um eu aprendo algo novo e cresço como atriz. Dirigir meu próprio filme é algo que nunca passou pela minha cabeça não, pelo menos não por enquanto. Escrever e (ou) produzir meu próprio filme sim,  é algo que pretendo colocar em prática. Mas demanda uma dedicação enorme, afinal é uma nova profissão, então tem muita coisa pra aprender e muitos desafios. Espero conseguir vencê-los, pois seria maravilhoso poder criar nestas áreas diferentes e me expressar através delas também.

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Para fechar: que dicas você daria para um jovem que quer ser ator?
Se você quer muito, tem plena certeza e não consegue se imaginar fazendo outra coisa, não perca tempo, comece a estudar logo e não pare jamais!
Tenha em mente que é um aprendizado constante e que temos que exercitar nosso ofício sempre. Assim como a bailarina ou o atleta, se não praticarmos não tem como ter uma boa performance. Então, trabalhando ou não sempre encontre um tempo para a sua investigação, estudo e exercício da profissão. E, claro, tenha calma e paciência pois serão milhares de “nãos” para um sim. Vá se acostumando e entendendo essa dinâmica e, encontrando formas de não deixar que isso coloque pra baixo. Pelo contrário, que te estimule a querer ser melhor a cada dia.